12 de jun. de 2010

Apostolos IV - José Leite Neto

das cinzas à simetria cúbica do espelho
das cinzas o ranger dos ossos – desperto
das cinzas o som as ninfas e o espantalho
das cinzas fechei meus olhos no incerto

das cinzas a luz é o apocalipse do mistério
das cinzas o alfabeto do escaravelho
das cinzas a cor vermelha precisa e etéreo
das cinzas sufoquei o amor que revelo

das cinzas o punhal e a rosa fazem sexo
das cinzas a morte íntima e as coisas ficam
das cinzas o olho dita o que o olhar não vê

das cinzas o boi lambe o rosto de Caim
das cinzas somente das cinzas findam
na messe dos olhos a ferrugem em mim.


josé Leite netto

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